segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ao acaso

E de repente as coisas ficaram claras; não para ele, e sim para mim. Literalmente como se fosse recém acordado de um pesadelo qualquer, tive a paz que só tem aquele que já ri dos caminhos que a vida decide tomar por conta. Na verdade isso não significa nada se analisado muito a fundo, e não deve ter nenhuma importância depois que outro pesadelo tenha a sorte de me deixar sem reação.

Já adianto desculpas para quem ler, mas principalmente para o eu de dias mais tarde; de tão mutável que sou, já sei que os outros eus não entenderão mais nada além do bom filme que estará no rodapé. É provável que não me lembre mais da angústia que o dia de hoje me trazia, nem que esta data tenho sido coroada como repeteco de todos os sonhos que não me deixam sair da cama de forma tão fácil.

Eu queria mesmo era te dizer, feliz e sem medo nenhum, que na verdade não faz diferença no que sou. Mais que isso, queria ter como resposta seu sorriso sempre lindo, queria que segurasse meu rosto com suas mãos de unhas rosa, e assim me mostrasse ser mais do que alguém que não presta atenção naquilo que realmente me faz sentido. Queria mesmo que soubesse como isso é resposta para mim, como isso é a coisa mais sincera que pode haver para meu eu.

E como sempre, acho que não chegar ao fundo das coisas me bastará por aqui também. Que os deuses de todos me perdoem, mas dessa vez eu sei, muito mais que eles, que da minha parte fica a culpa de não ser tão alheio quanto deveria ser.


“Quem me manda falar sobre coisas que não entendo? Deveria mesmo era falar sobre o medo...”

Same Love, Same Rain - Juan José Campanella


Obrigado, de todo coração, por tudo ter feito sentido depois disso.