sábado, 3 de setembro de 2011

Despertar

Sonho com os rios das águas mais calmas, dos mares mais doces que abrirão meus olhos pra luz que vier de lá de dentro. Sigo nas asas mais do que leves, mais do que essenciais que me levaram sempre ao topo do meu castelo infinito e estrelado. Ser pleno é deixar pra trás quem fui, é se deixar pra trás mesmo cheio do medo que trago no peito. O caminho é um, o passo é outro. Nessa caminhada de passo leve é que o sereno leva a chave da verdade, deixa a pegada na areia que leva quem procura até a paz que sente.

Sinto a vida encenação sincera, teatro mágico que representa o maior partilhado em cada personagem nosso. Vão-se os atos, vão-se as falas, e no silêncio sobra apenas nossa luz que dispensa holofote, que é perfeita na singularidade do um que também é o outro. Desfazer os laços que não nos deixam voar, as amarras delicadas que nos prendem ao degrau que paramos na escada que transcende nosso ser.

Tua falta assusta, a vaidade assusta, e chega a morte e gela. Mas se sinto ser pleno esse instante, se acredito de fato que esse segundo que me passa antes mesmo de notar é o que busco, então não sei. Encontro em gestos, em mãos raras que afagam não só os raros, em tudo que liberta a mente e preenche o que o pensar nunca deixa vago. A busca é calma, tem o mesmo som da metade perfeita do arrepio quando inteiro. Despertar pro eterno é dormir sem medo pro fomos.

Que o fim não chegue nunca, que o caminho não tenha fim e nem limite. Que o sereno da alma seja calmo, que seja vindo dos nossos passos tortos pelo caminho que é perfeito.