terça-feira, 12 de outubro de 2010

Circulando

Tua mão na minha, mão que é tua na tua, que é sua assim, enquanto só assim te olho, parada de cabelo virado, penteado pelos teus dedos que são meus, minhas vontades de deixá-los aqui junto destes, agora teus, agora como um no plural sendo dois ímpares, sem mais, sem mais nada que fuja ao segundo nosso, tão nosso que de nós se esconde, entre gente, entre tantos que acaba não passando. Fica, perdura sem ápices, confundindo começo com resto, resto com o resto que te deixa aqui, mão na minha mão, até que a última porta se abra sem que eu nada possa fazer, sem que eu consiga gritar ‘’motorista, e agora?’’, e se agora quem desce não sou eu, não há nada que faça de quem fica você, que faça do ônibus cheio lotado de qualquer coisa que não nós, meio vazio da gente.

Desembarque.